A etapa Imergir é o ponto de partida da jornada investigativa. Aqui, o grupo mergulha no tema, desperta a curiosidade e começa a construir perguntas.
Por meio de conversas, leituras e observações, os estudantes levantam hipóteses iniciais e conectam o que já sabem com o que ainda querem descobrir. O objetivo é ampliar o olhar, ouvir diferentes pontos de vista e formar uma base sólida para os próximos passos do projeto.
Orientações para professores 👆
Olá Professor(a).
A etapa Imergir marca o início da jornada investigativa. É o momento de despertar a curiosidade dos estudantes e criar um ambiente seguro para o pensamento científico — onde questionar é tão importante quanto responder.
Apresente à turma o percurso completo do projeto: explique que eles partirão de uma dúvida inicial, realizarão investigações e experimentos, e ao final construirão um protótipo. Essa visão geral ajuda os estudantes a entender o propósito das etapas, reduz a ansiedade e dá clareza sobre o caminho que irão percorrer.
Em seguida, apresente a pergunta disparadora “Como o céu influencia a vida humana?”. Organize a sala em círculo ou semicírculo para favorecer o diálogo e o contato visual. Dê alguns minutos de silêncio intencional, permitindo que cada estudante pense individualmente sobre a questão. Não há respostas prontas neste momento — o foco é despertar a curiosidade científica e estimular a troca de percepções.
Explique que as ideias surgidas a partir dessa pergunta serão o ponto de partida para todo o projeto. Valorize as falas espontâneas e as diferentes formas de pensar, reforçando que toda boa investigação começa com boas perguntas.
Durante a roda, circule entre os grupos, observe as discussões e incentive a escuta ativa. Garanta que todos tenham espaço para participar. Ao final, conduza uma breve síntese coletiva e encaminhe para o uso da matriz “O que sei, o que acho e o que quero saber”, que servirá para organizar as ideias iniciais e orientar as próximas descobertas.
Organização do espaço e materiais:
Disponha as cadeiras em círculo para facilitar o diálogo.
Certifique-se de que cada grupo tenha acesso a computadores, tablets ou celulares para consultar o material digital.
Tenha a mão a matriz impressa ou em versão digital compartilhada, para que todos possam registrar suas hipóteses e dúvidas.
Observar o céu é mais do que admirar paisagens. As posições do Sol, da Lua e das estrelas ajudaram pessoas a organizar a rotina, medir o tempo e encontrar caminhos.
Nesta etapa, vamos juntar histórias, lembranças e experiências do cotidiano para investigar o que já sabemos, o que apenas supomos e o que ainda precisamos descobrir.
Você vai participar de uma conversa guiada, registrar ideias em uma matriz simples e explorar um dossiê com pistas para a investigação do capítulo.
Já reparou que a sombra muda ao longo do dia? Como alguém se orientava antes do GPS? Que sinais do céu você usa sem perceber? Vamos começar por aí.
Orientações para professores 👆
Nesta etapa, o papel do professor é criar um ambiente de escuta, diálogo e reflexão científica. O objetivo é ajudar os estudantes a transformar impressões e opiniões em perguntas investigáveis, abrindo caminho para as próximas fases da investigação.
Antes de começar, prepare o espaço. Escreva no quadro a pergunta disparadora que guiará a conversa e combine com a turma algumas regras básicas de participação, como ouvir sem interromper, respeitar o tempo de fala e usar exemplos concretos nas explicações.
Monte os grupos e distribua papéis rotativos:
Porteiro do tempo (controla o tempo de fala de cada um);
Secretário dos post-its (registra as ideias do grupo na matriz);
Porta-voz (apresenta as conclusões ao final da atividade).
Dê início com dois minutos de reflexão individual, para que cada estudante pense sobre a pergunta antes da conversa em grupo. Depois, oriente cinco minutos de diálogo entre os integrantes e oito a dez minutos para o preenchimento da matriz “O que sei, o que acho e o que quero saber” com post-its.
Enquanto circula pela sala, apoie a qualidade do pensamento científico. Incentive os grupos a:
transformar afirmações genéricas em observáveis, perguntando “como poderíamos medir isso?”;
reformular suposições em perguntas investigáveis, como “o que precisamos comparar para saber se isso é verdade?”.
Quando surgirem respostas vagas, peça exemplos do cotidiano para concretizar o raciocínio e ajude os estudantes a colar o post-it na coluna adequada da matriz. Se perceber que a conversa se dispersou, traga o foco de volta à tríade tempo–orientação–organização da vida, retomando o eixo do projeto.
Para encerrar, oriente cada grupo a selecionar uma pergunta prioritária e uma evidência que pretendem buscar no dossiê. Sugira que registrem uma foto da matriz para acompanhamento futuro — isso ajudará a comparar o avanço do pensamento científico ao longo das etapas.
Dica de mediação: valorize o processo de escuta e construção coletiva. Essa atividade é mais sobre aprender a perguntar bem do que sobre responder rápido — e esse é o coração da investigação científica.
A roda de discussão é o momento de ouvir o outro, levantar hipóteses, comparar experiências e descobrir juntos novas formas de entender o mundo.
Não tem resposta certa ou errada, o importante é pensar em grupo e deixar a conversa fluir.
Formem grupos de cinco ou seis pessoas e sentem-se em círculo.
Leiam a pergunta disparadora e deixem que ela guie o início da conversa.
Falem um de cada vez, com atenção e respeito.
Se alguém discordar, ótimo! Explique seu ponto de vista e procurem construir algo novo a partir das diferentes opiniões.
Combinem um tempo para cada fala, assim todos conseguem participar.
Escolham um colega para marcar o tempo e outro para anotar os pontos principais da conversa.
Quando você percebe a passagem do tempo sem olhar um relógio?
Em que situações alguém pode precisar do céu para se localizar?
Que ideias sobre o céu você já ouviu e não tem certeza se são verdadeiras?
O que precisaríamos observar ou medir para tirar essa dúvida?
O que muda para quem vive em cidade grande, campo ou litoral?
Voltem às perguntas norteadoras para reacender as ideias.
Também dá para tentar perguntas novas, como:
“O que vimos no céu que se repete?”
“Que explicação faria sentido para isso?”
“Que parte ainda precisamos investigar?”
Usem exemplos do dia a dia: a sombra no pátio, a cor do céu no fim da tarde, ou a fase da Lua que mudou desde a semana passada.
Registrem as contribuições na matriz “O que sei, o que acho, o que quero saber.”
Escrevam em post-its curtos e coloquem cada ideia na coluna certa.
Voltem a elas sempre que novas percepções surgirem.
Reúnam ideias parecidas e destaquem as que mais representam o grupo.
Escolham exemplos que expressem bem o pensamento coletivo e preparem-se para compartilhar com a turma.
Orientações para professores 👆
Este é o momento de dar corpo às ideias levantadas na roda de conversa. A matriz ajuda os estudantes a organizar o pensamento, distinguir observações de interpretações e transformar curiosidade em perguntas científicas.
Oriente os grupos a conversarem livremente antes de escrever, deixando que as ideias circulem. Explique que as três colunas devem ficar equilibradas, valorizando tanto o que já se sabe quanto o que ainda se quer descobrir. Assim, a matriz deixa de ser apenas um registro e passa a refletir o processo de raciocínio coletivo.
Se o grupo demonstrar dificuldade para começar, proponha criar os primeiros post-its junto com a turma, como exemplo. Você pode usar situações simples, que conectem o tema ao cotidiano:
Em “O que sei”: a sombra muda de lugar ao longo do dia.
Em “O que acho”: acho que a Lua aparece sempre no mesmo horário.
Em “O que quero saber”: por que as estrelas parecem mudar de posição no céu?
Defina um número mínimo de três post-its por coluna, garantindo variedade de ideias e estimulando que todos contribuam. Circule entre os grupos e ajude a diferenciar observações concretas de suposições, retomando sempre o papel das evidências no pensamento científico.
Valorize especialmente as perguntas que possam se transformar em hipóteses testáveis, reforçando a importância de formular dúvidas que possam ser observadas, medidas ou comparadas em experimentos futuros.
Por fim, peça que cada grupo fotografe a matriz. Esse registro servirá de referência para acompanhar a evolução do raciocínio ao longo do projeto, mostrando como o pensamento dos estudantes amadurece com as investigações.
Dica: elogie a curiosidade e a clareza das formulações, mesmo quando estiverem incompletas. O objetivo aqui é formar o olhar investigativo — aprender a ver perguntas em tudo o que parece comum.
Toda boa investigação começa com perguntas.
A matriz “O que sei, o que acho, o que quero saber” ajuda o grupo a organizar as ideias, conectar observações e transformar curiosidade em planos de pesquisa.
Ela é o mapa que guia o pensamento coletivo ao longo da jornada.
A matriz é uma tabela com três colunas:
O que sei: fatos observáveis — aquilo que o grupo viu, mediu ou registrou sem tirar conclusões.
O que acho: hipóteses e interpretações que parecem fazer sentido, mas ainda precisam ser confirmadas.
O que quero saber: perguntas investigáveis, que podem ser respondidas com testes, observações ou buscas direcionadas.
Depois da roda de conversa, preencham a matriz com post-its.
Escrevam uma ideia por post-it, de forma curta e clara.
Coloquem cada anotação na coluna correspondente.
Se surgirem novas descobertas, movam os post-its de lugar — o mapa pode (e deve) mudar conforme o grupo avança.
Reservem um cantinho da matriz para anotar possíveis fontes e evidências que ajudem a responder as perguntas.
Usem cores diferentes de post-it para destacar fatos, opiniões e perguntas.
Leiam o painel em voz alta de vez em quando — isso ajuda a enxergar conexões.
No fim, revisem tudo: agrupem ideias parecidas e circulem as mais importantes. Elas serão o ponto de partida para o próximo passo da investigação.
Orientações para professores 👆
Este é o momento de transformar curiosidade em investigação científica. O dossiê funciona como um conjunto de pistas: reúne trechos, dados, imagens e links que os estudantes devem explorar para buscar respostas às dúvidas registradas na matriz.
Explique que o dossiê é uma fonte aberta e não linear. Os estudantes podem navegar pelos cards na ordem que quiserem, seguindo as conexões que fizerem mais sentido para o grupo. O importante é que cada leitura dialogue com as colunas da matriz — fortalecendo o “O que sei”, questionando o “O que acho” e inspirando novos “O que quero saber”.
Antes de iniciar a exploração, modele brevemente o processo investigativo. Mostre como transformar uma dúvida em trilha de busca: escolher palavras-chave, selecionar seções a visitar e decidir quais links abrir. Dê um exemplo simples, mostrando como uma pergunta pode se desdobrar em várias linhas de investigação.
Durante a leitura, atue como mediador. Circule entre os grupos e apoie aqueles que se perderem no caminho da pesquisa. Faça perguntas de foco que estimulem o raciocínio científico, como:
“O que vocês estão tentando descobrir exatamente?”
“Qual dúvida da matriz vocês estão tentando responder agora?”
“O que as informações que encontraram ajudam a confirmar ou a questionar?”
Encoraje os grupos a se aprofundarem nos temas que mais despertarem interesse. Mostre que investigar é um processo de ida e volta: à medida que novas evidências aparecem, é natural revisar o que se acreditava saber.
Para encerrar, oriente que cada grupo reorganize sua matriz:
reposicionem os post-its nas colunas corretas,
acrescentem novas anotações sempre que surgirem evidências,
e reformulem ou retirem as ideias que perderem força diante das novas descobertas.
Dica de mediação: valorize o caminho da descoberta, e não apenas as respostas encontradas. O dossiê não é uma “caça ao tesouro” com um fim certo — é uma oportunidade de praticar o olhar crítico, de cruzar informações e de compreender como o conhecimento científico se constrói em rede.
O dossiê é um material interativo — ou impresso — feito para navegar, ler, observar e relacionar ideias.
Ele funciona como um mapa de possibilidades: cada texto ou link pode revelar uma nova perspectiva sobre o que vocês estão investigando.
Abram o dossiê e explorem o que mais chamar a atenção.
Usem as perguntas e suposições da matriz como guia: quando encontrarem uma pista, perguntem-se:
O que essa informação explica?
O que ainda fica em aberto?
Como isso se conecta ao que o grupo já observou?
Registrem na matriz as descobertas que realmente ajudam a entender melhor o tema.
Anotem a origem de cada informação e a evidência que a sustenta.
Se surgirem novas ideias ou caminhos de pesquisa, deixem claro por que eles parecem promissores.
Marquem com símbolos ou cores diferentes o que já foi confirmado, o que ainda é dúvida e o que precisa ser aprofundado.
Evitem copiar trechos inteiros: resumam com as próprias palavras o que entenderam.
No final, revisem juntos o material e destaquem o que o grupo considera mais importante levar adiante.
Orientações para professores 👆
Este é um dos momentos mais ricos da etapa investigativa: a troca entre grupos. Assim como na ciência, o conhecimento se fortalece quando é compartilhado, discutido e revisado coletivamente. Aqui, os estudantes aprendem que cooperar é uma forma de pensar melhor juntos.
Explique à turma que o objetivo não é apenas apresentar resultados, mas cruzar olhares — comparar evidências, reconhecer padrões e identificar novas perguntas. Mostre que o diálogo é parte essencial da prática científica, pois permite que hipóteses sejam aprimoradas a partir de diferentes pontos de vista.
Organize uma dinâmica de apresentações curtas, de cerca de 2 a 3 minutos por grupo. Peça que cada grupo destaque:
a pergunta prioritária que escolheu,
e uma evidência nova encontrada durante a leitura do dossiê.
Durante as apresentações, estimule a escuta ativa. Oriente os estudantes a anotar ao menos uma ideia de outro grupo que complemente, questione ou enriqueça a própria matriz. Isso ajuda a criar uma rede de conexões entre as investigações.
Enquanto os grupos apresentam, circule entre as mesas para garantir o engajamento e apoiar a mediação. Ajude a sintetizar pontos de convergência e divergência, mostrando que ambos são igualmente valiosos: as semelhanças revelam padrões, e as diferenças abrem caminho para novas perguntas.
Depois das apresentações, oriente os grupos a reorganizar suas matrizes. Eles devem incorporar as contribuições recebidas, reposicionar post-its, acrescentar novas dúvidas e destacar as evidências que se tornaram mais relevantes. Aproveite para reforçar que o conhecimento é dinâmico — ele muda e amadurece conforme novas informações surgem.
Finalize com uma plenária de síntese, valorizando a cooperação e o diálogo científico.
Destaque as principais convergências e divergências entre as matrizes.
Reconheça boas perguntas e evidências significativas trazidas pelos grupos.
Conecte essas conclusões à próxima etapa do projeto, preparando o terreno para o início da fase de experimentação.
Registro sugerido: peça que cada grupo tire uma foto da matriz atualizada e registre uma evidência-chave que surgiu durante as trocas. Esses materiais servirão como base para a devolutiva e acompanhamento do progresso coletivo.
Dica de mediação: valorize o clima de descoberta conjunta. Quando os estudantes percebem que o avanço do grupo depende da escuta e da colaboração, eles vivenciam, na prática, o verdadeiro espírito da investigação científica.
Na ciência, ninguém constrói conhecimento sozinho.
Pesquisadores avançam a partir do que outros já descobriram e do diálogo entre áreas e equipes. Por isso, compartilhar o que vocês encontraram e ouvir o trabalho dos outros grupos amplia o entendimento de todo mundo. A partilha faz o conhecimento crescer.
Organizem-se para apresentar as matrizes à turma.
Escolham alguém do grupo para mostrar as anotações enquanto outro explica as ideias principais.
Enquanto um grupo fala, os outros escutam com atenção e fazem anotações das conexões ou dúvidas que surgirem.
Prestem atenção no que se repete entre as matrizes — repetições indicam que o grupo encontrou uma base comum.
Observem também o que diverge, pois é nas diferenças que surgem novas perguntas.
Quando uma ideia de outro grupo fortalecer ou ampliar a de vocês, registrem essa conexão na matriz.
Se uma explicação ajudar a entender melhor o tema, movam ou reescrevam os post-its.
No final, destaquem o que ficou consensual e o que é uma descoberta única do grupo.
Escutem com curiosidade e respeito.
Se discordarem, expliquem o motivo com calma e tentem compreender o raciocínio dos colegas.
Lembrem-se: perguntas bem colocadas valem tanto quanto respostas prontas. A divergência bem argumentada também faz a ciência avançar.
Releiam o painel de cada grupo e marquem juntos as ideias que merecem ser levadas adiante.
Concluam destacando o que aprenderam com a troca — e o que ainda pretendem investigar.
O objetivo não é convencer, mas somar pistas e pensar melhor juntos.