A etapa Criar é o momento de transformar ideias em algo real. Aqui, o grupo constrói protótipos simples e testáveis, aprende com os erros e melhora a cada rodada. O objetivo não é perfeição, mas evolução: montar, testar, ajustar e repetir. Cada versão traz novos aprendizados e mostra como a solução pode ganhar forma.
Orientações para professores 👆
A etapa Criar marca o momento mais prático da jornada: os estudantes transformam ideias em protótipos reais e vivenciam um ciclo de testar, ouvir e melhorar. Reforce que não há modelo único — o importante é que o protótipo permita aprender com cada tentativa.
Apresente a lógica de iteração (V1 → V2 → V3) e explique a importância de registrar cada avanço. Oriente os grupos a começarem com uma versão simples e funcional. Durante os testes, incentive-os a observar, anotar e escutar atentamente o feedback dos colegas.
Organização do espaço e materiais
Monte estações de trabalho com ferramentas, materiais de montagem e fichas de registro.
Deixe áreas de circulação livres para que os grupos visitem e comentem os protótipos uns dos outros.
Disponibilize Canvas de Planejamento, Ficha “Tem que ter”, Diário de Registro e Ficha “Que bom / Que tal”.
Garanta que cada equipe tenha acesso ao Canvas de Planejamento, à Ficha “Tem que ter” e ao Registro de Teste.
Oriente sobre segurança na manipulação de materiais e circulação na sala.
Essa etapa exige autonomia e colaboração. Estimule os grupos a fazer escolhas criativas, experimentar sem medo e usar os testes como fonte de aprendizagem, não como avaliação final.
Pense nele como um rascunho que funciona — uma versão de teste para aprender rápido. Não é o produto final; é a forma mais esperta de descobrir o que dá certo (e o que precisa mudar) sem gastar tempo e material à toa.
V1 — Construir e testar entre vocês
Montem a primeira versão.
Testem no próprio grupo.
Registrem tudo no canva Registro do Teste (o que fizeram, como mediram, o que aconteceu).
Rotação por estações — Feedback dos colegas
Exponham o protótipo junto da ficha “Que bom / Que tal”.
Visitem outras mesas, deixem comentários claros e recebam sugestões para a sua.
Foquem no que funcionou e no que pode melhorar.
V2 — Ajustar e testar de novo
Leiam os registros do teste e os comentários recebidos.
Decidam os ajustes prioritários e façam a segunda versão.
Testem novamente e atualizem o Registro do Teste.
V3 — Iterar mais uma vez
Repitam o ciclo: analisar → ajustar → testar.
Deixem visível o que evoluiu de uma versão para a outra.
O que foi alterado da versão anterior e por quê.
Como testaram (procedimento e critérios).
O que deu certo, o que não deu e quais próximos ajustes fariam.
Mesmo a terceira versão não precisa ser perfeita. O valor está no caminho: construir, testar, ouvir, ajustar — e mostrar como a ideia evoluiu a cada rodada.
Orientações para professores 👆
Nesta etapa, o objetivo é colocar as ideias em prática e aprender com cada tentativa. Os estudantes vão transformar planos em protótipos e testar, em ciclos curtos, o que funciona, o que precisa de ajuste e o que pode ser aprimorado.
Logo no início, combine com a turma o que significa estar “pronto para testar”. Isso ajuda a evitar o aperfeiçoamento infinito antes da primeira prova e incentiva uma mentalidade experimental — testar cedo, observar o resultado e melhorar a partir daí.
Sempre que fizer sentido, padronize as condições de teste para permitir comparação entre versões. Mantenha, por exemplo, o mesmo alvo, o mesmo tempo de observação ou o mesmo procedimento. Explique que comparar só é possível quando há constância nas condições, e que mudar muitas coisas ao mesmo tempo dificulta tirar conclusões confiáveis.
Incentive que cada grupo modifique apenas uma variável por vez e registre com clareza o que foi alterado e o que permaneceu fixo. Essa prática fortalece o pensamento científico e ensina a controlar variáveis de forma consciente.
Enquanto circula pela sala, mantenha o foco e o ritmo das equipes com perguntas curtas que convidam à reflexão:
“Qual evidência vocês esperam ver neste teste?”
“O que mudou da V1 para a V2?”
“Onde essa mudança está registrada?”
Garanta que todos participem do processo, revezando papéis entre construção, teste, registro e observação. Esse rodízio estimula a colaboração e amplia o engajamento do grupo.
Tenha à disposição insumos de reposição essenciais — fita, massinha, papel, elástico, entre outros — e, se possível, organize uma estação rápida de checagem para conferência dos protótipos antes dos testes. Essa parada técnica ajuda a identificar falhas simples (como desalinhamentos ou bases instáveis) antes de comprometer o experimento.
Dica de mediação: valorize o avanço entre versões, e não apenas o resultado final. Quando os estudantes percebem que cada tentativa é uma oportunidade de aprendizado, passam a encarar o erro como parte natural do processo criativo e científico.
Chegou o momento de colocar em prática tudo que aprendemos durante a jornada. É aqui que ciência, criatividade e coragem de testar se encontram. Tudo o que vocês aprenderam até agora vira material de construção: ideias, rabiscos, dúvidas, descobertas — tudo entra na bancada.
Lembram dos papéis que usamos nos experimentos? Vocês podem se organizar e se distribuir de novo (e revezar depois), para garantir que o grupo funcione como um time e todos colaborem com a construção.
Neste momento, não haverá passo a passo pronto: quem decide o que construir e como construir são vocês, usando o Canvas de Planejamento, a Ficha “tem que ter” e as ideias finalistas da ideação como mapa.
Comecem por uma V1 mínima e testável — um rascunho que funciona, capaz de mostrar a função principal. Foquem em tirar a ideia do papel com o que está ao alcance agora. Depois, vocês iteram e melhoram o protótipo.
Organizem a bancada, cuidem da segurança, registrem o que fizerem e, principalmente, aproveitem.
Protótipo bom é aquele que nos ensina alguma coisa enquanto é construído!
Orientações para professores 👆
O Diário de Registro do protótipo torna visível o raciocínio experimental do grupo e dá lastro para as decisões de iteração. Ao acompanhar as entradas, verifique se cada uma traz claramente previsão, evidência e conclusão — evitando relatos apenas descritivos do tipo “montamos e testamos”. Reforce a comparabilidade entre versões: quando V1, V2 e V3 mantêm o mesmo procedimento e o mesmo critério de sucesso, fica possível enxergar progresso real. Incentive a inclusão de medidas simples (cm, s, contagens) e fotos datadas do arranjo e das marcações.
Antes de qualquer mudança no protótipo, conduza um “check de decisão” rápido: qual evidência apoia o ajuste proposto, qual variável será alterada e o que permanece fixo para manter o controle experimental. Peça que cada versão seja identificada com clareza (V1, V2, V3) e que o diário mostre a coerência entre o feedback recebido, o ajuste realizado e o resultado observado. Essa trilha de decisões não só sustenta a próxima iteração como também facilita a comunicação final do projeto.
Este é o seu diário de experimentação. Para cada versão, anotem o que estão testando, a previsão do que acham que vai acontecer, o procedimento adotado, o que ocorreu durante a prova, o resultado observado e a conclusão.
Na conclusão, deixem claro o que manter e o que mudar na próxima versão — e por quê. Identifiquem V1, V2 e V3 no topo, incluam medidas simples ou fotos quando possível e mantenham o procedimento constante ao comparar versões. Esse registro orienta decisões e mostra, com evidências, a evolução do protótipo
O que testamos?: Qual parte do protótipo entrou em jogo agora? Sejam específicos: “estabilidade da base”, “nitidez ao ler a 5 m”, “contagem de 5 minutos com pêndulo”. Isso ajuda a focar.
Durante — o que aconteceu durante o teste: Relato do lance em tempo real. O que vocês fizeram e o que rolou no caminho: “a peça X soltou”, “vento interferiu”, “precisamos repetir a contagem”. Vale registrar imprevistos.
Resultado — o que vimos no final?: O resultado. Funcionou ou não? Cumpriu o propósito? Tragam números, fotos ou sinais claros: “leu as letras tamanho X a 5 m”, “marcou 4min58s”, “quebrou ao mover”.
Nossas conclusões: E agora? O que fica e o que muda na próxima versão? Material a trocar, medida a ajustar, passo a simplificar. Uma frase ajuda: “Manter ___; mudar ___ porque ___”.
Orientações para professores 👆
A rotação de feedback é um momento essencial de aprendizado colaborativo e revisão construtiva. O objetivo é ajudar os grupos a analisar seus protótipos com novos olhares e a planejar ajustes a partir de comentários claros, respeitosos e baseados em evidências.
Organize a dinâmica com tempos definidos e percurso claro, garantindo que todos os grupos passem tanto pelo papel de apresentar quanto de visitar outras estações. Defina um cronograma visível (por exemplo, 8 a 10 minutos por rodada) e explique a importância de cumprir o tempo para que todos participem de forma equilibrada.
Antes de iniciar, modele a linguagem do feedback com exemplos concretos, mostrando como comentar de forma objetiva e útil:
“Que bom:” o teste é reprodutível e deu o mesmo resultado duas vezes.
“Que tal:” estabilizar a base para reduzir o tremor durante a observação.
Reforce que os comentários devem ser gentis, específicos e conectados à função do protótipo, evitando impressões genéricas como “ficou legal” ou “não gostei”. Incentive que os estudantes usem os números dos requisitos da ficha “Tem que ter” para referenciar seus comentários e atribuam pontuações simples (0 = não atende, 1 = atende parcialmente, 2 = atende) — isso facilita a priorização dos ajustes.
Durante a rotação, circule entre as estações para garantir o clima de respeito e foco científico. Intervenha sempre que surgirem comentários vagos ou desrespeitosos, reconduzindo para critérios observáveis e para o objetivo do desafio.
Ao final, conduza um fechamento breve com cada grupo. Peça que analisem os feedbacks recebidos e identifiquem:
quais comentários convergiram,
quais ajustes serão adotados,
e por que essas escolhas fazem sentido.
Esse momento de síntese ajuda a transformar o feedback em ação concreta, fortalecendo a cultura de melhoria contínua, escuta ativa e responsabilidade coletiva dentro do processo de criação.
Depois de testar o protótipo, é hora de ouvir outras perspectivas. Essa rodada de feedback ajuda a enxergar pontos fortes, encontrar melhorias e ajustar o que ainda pode evoluir.
A Ficha “Que bom / Que tal” é o espaço para registrar impressões sinceras e construtivas.
Montem as estações: deixem o protótipo sobre a mesa junto da ficha “Que bom / Que tal”.
Dividam o grupo:
Metade fica na estação, explicando o objetivo e o funcionamento do protótipo.
A outra metade circula pelas mesas dos colegas, observando e deixando comentários específicos.
Registrem os comentários:
Em “Que bom”, escrevam o que realmente funcionou bem.
Em “Que tal”, deixem sugestões objetivas de melhoria — nada genérico, algo que ajude o outro grupo a aprimorar.
Conectem com a ficha “Tem que ter”:
Sempre que possível, relacionem cada comentário a um requisito numerado da ficha do grupo visitado.
Atribuam uma pontuação simples:
0 = não atende
1 = atende parcialmente
2 = atende completamente
Quando todos voltarem às suas estações, leiam os comentários recebidos com atenção.
Cruzem as observações com os resultados do teste e escolham, com critério, quais ajustes vão entrar na próxima versão do protótipo.
Esse é o momento de transformar opinião em melhoria — e seguir evoluindo juntos.