Na etapa Comunicar, o grupo assume o papel de cientista para compartilhar suas descobertas com o mundo. Depois de observar, investigar e testar, é hora de transformar tudo o que aprenderam em uma narrativa clara, criativa e baseada em evidências.
Assim como fazem os pesquisadores, os estudantes vão organizar suas conclusões no Canva de Comunicação Científica e, em seguida, escolher um formato (modal) para apresentar os resultados: vídeo, cartaz, podcast, zine ou qualquer outra forma que traduza o conhecimento de forma acessível e interessante.
Orientações para professores 👆
A etapa Comunicar encerra a sequência de investigação e introduz os estudantes ao universo da comunicação científica, de forma prática e significativa. O objetivo é ajudá-los a transformar dados e experimentos em uma narrativa pública, desenvolvendo síntese, clareza e coerência entre evidência e conclusão.
Apresente o Canva de Comunicação Científica (C³) como um organizador visual que espelha, em linguagem estudantil, a estrutura de um artigo científico. Explique brevemente cada campo com exemplos do próprio projeto:
“Eu pergunto” retoma a pergunta norteadora e as dúvidas iniciais.
“Eu acho que” reúne as hipóteses e suposições criadas pelo grupo.
“Eu faço” descreve o procedimento experimental, apoiando-se no Diário de Registro.
“Eu vejo” apresenta as evidências, observações e resultados.
“Eu entendo” sintetiza as conclusões, explicando se a hipótese foi apoiada ou refutada e por quê.
Mostre explicitamente o paralelo com o artigo científico:
Introdução: “Eu pergunto” e “Eu acho que”.
Métodos: “Eu faço”.
Resultados e Discussão: “Eu vejo”.
Conclusão: “Eu entendo”.
Oriente os estudantes a preencher primeiro o Canva, antes de escolher o modal. Isso ajuda a estruturar o pensamento e consolidar o raciocínio científico. Circule entre os grupos e proponha revisões curtas e objetivas, pedindo que cada conclusão cite ao menos uma evidência concreta do experimento.
Na segunda parte, os grupos escolhem o formato de comunicação e adaptam o conteúdo para o público. Incentive a dimensão artística e criativa como forma de tornar a ciência compreensível e envolvente, sem perder o rigor e o vínculo com as evidências.
Organização do espaço e materiais:
Disponha as mesas para permitir trabalho em grupo com os dispositivos.
Garanta acesso ao Canva de Comunicação Científica (digital ou impresso).
Reserve tempo para uma mostra final, em que cada grupo apresente seu trabalho e ouça devolutivas curtas dos colegas.
Encerramento:
Finalize reforçando que comunicar bem é parte do fazer científico. É por meio da comunicação que o conhecimento circula, inspira e continua a evoluir — e que cada grupo contribui com uma nova peça para esse grande quebra-cabeça da ciência.
Depois de observar o céu, levantar perguntas, criar hipóteses e testar ideias, chegou um momento essencial do trabalho científico: contar ao mundo o que vocês descobriram.
A ciência não acontece trancada em um laboratório. Ela cresce quando os resultados são compartilhados, quando as pessoas explicam como chegaram às conclusões e quando novas vozes entram na conversa.
Na prática, pesquisadores costumam publicar artigos científicos — textos organizados para outros cientistas, com a pergunta investigada, o método usado, os resultados, a discussão e as conclusões.
Esses artigos passam pela revisão por pares, ou seja, outros pesquisadores analisam se o trabalho é claro, confiável e bem fundamentado. É um formato técnico, feito para o público especializado.
Mas comunicar ciência vai muito além disso.
Existe também a divulgação científica, que transforma descobertas e processos em mensagens acessíveis para todos. Pode ser um vídeo, cartaz, zine, podcast, livro, documentário — ou qualquer outra forma criativa que mantenha o fio da investigação e o respeito às evidências.
Agora, o desafio do grupo é tornar compreensível a trajetória da investigação.
Mostrem:
Qual problema vocês escolheram investigar.
O que observaram e que dados reuniram.
O que aprenderam ao longo do processo.
Até onde o protótipo ou a explicação de vocês chegou.
Falem com precisão, mas de um jeito claro e interessante.
Citem fontes e reconheçam os limites da pesquisa.
Apontem os próximos passos — o que ainda falta descobrir.
O C³ é como um artigo científico de bolso: mantém a mesma lógica do artigo que os cientistas escrevem — pergunta, hipótese, método, resultados e conclusão — mas em caixas mais simples e com linguagem mais fácil de entender, como um texto de divulgação científica.
Ele funciona como organizador e roteiro da sua história científica. Preencha antes de escolher o formato que irá apresentar suas descobertas (vídeo, cartaz/zine ou podcast). Escreva frases curtas, use uma linguagem clara e mostre de onde vêm suas ideias com evidências (anotações, medidas, fotos do Diário de Registro).
Cada caixa responde a uma pergunta do seu estudo, garantindo que qualquer colega entenda o que vocês investigaram, como fizeram e por que chegaram a essas conclusões.
Qual é a pergunta que guiou a sua investigação?
Escreva-a de forma clara, ligada ao nosso tema “Como o céu influencia a vida humana”. Traga, em uma linha, as dúvidas que surgiram no Imergir e mostre a ponte com a ideia que vocês decidiram testar: “Nossa pergunta é ___ e ela se conecta à hipótese ___”.
Aqui vai a sua aposta com explicação. Registre a hipótese em uma frase, no formato “Se…, então…”. Use palavras que dá para ver ou medir.
Conte como vocês colocaram a ideia à prova.
Liste os materiais, descreva o experimento e os passos na ordem em que aconteceram. Diga o que ficou igual em todas as tentativas (para poder comparar) e o que foi medido. Escreva de um jeito que outro grupo consiga repetir.
Mostre o que aconteceu durante seu experimento. Traga resultados: números, contagens, tempos, fotos ou uma tabelinha. Deixe claro o contraste entre o que vocês previram e o que observaram.
Feche a história com o que aprenderam. A hipótese foi apoiada ou não pelos dados? Explique por quê e reconheça limites do teste (o que pode ter influenciado o resultado). Acrescente os aprendizados além da hipótese e os próximos passos que vocês recomendariam depois dessa experiência.
Orientações para professores 👆
Neste passo, os estudantes transformam sua investigação em narrativa pública. O objetivo pedagógico é consolidar a passagem dos dados e registros científicos para a comunicação acessível, desenvolvendo a capacidade de selecionar informações, adaptar a linguagem ao público e usar fontes de forma ética.
Apresente os modais de comunicação (vídeo, podcast, cartaz, zine, texto, entre outros) como caminhos diferentes para contar a mesma história científica. Reforce que, embora o formato mude, a estrutura lógica do raciocínio precisa permanecer — e o Canva de Comunicação Científica (C³) serve como o roteiro-base para isso.
Explique que cada modal deve refletir, de forma criativa, as seções do canva. Mesmo que o tom da apresentação varie, é importante que o público consiga rastrear na peça final os elementos científicos fundamentais: a pergunta investigada, a hipótese, o método, as evidências e as conclusões.
Oriente os grupos a escolher o formato de comunicação considerando:
o tempo disponível e os recursos da escola;
as habilidades e interesses do grupo;
o público que desejam alcançar.
Sugira que assistam ao vídeo de dicas sobre o modal escolhido antes de começar o planejamento. Peça também que definam a audiência-alvo (colegas, comunidade escolar, familiares) e distribuam papéis equilibrados, garantindo a participação de todos — por exemplo, quem escreve, quem grava, quem edita ou apresenta.
Enquanto circula pela sala, mantenha o fio científico ativo com perguntas que conectem o produto à investigação:
Onde a hipótese aparece na peça?
Que evidência sustenta a conclusão?
Como as fontes estão sendo citadas?
A mensagem está fiel ao que os dados mostraram?
Caso algum grupo enfrente limitações técnicas, flexibilize o formato, incentivando soluções viáveis dentro do contexto da turma — o importante é que a mensagem se mantenha clara, verdadeira e apoiada em evidências.
Antes da finalização, combine com a turma critérios de qualidade compartilhados, que podem incluir:
Precisão: o conteúdo está correto e coerente com os dados.
Clareza: o público consegue entender a mensagem.
Organização: as ideias estão estruturadas de forma lógica.
Autoria: o trabalho reflete a voz e o pensamento do grupo.
Por fim, planeje um momento de compartilhamento entre grupos, para que todos possam apresentar suas produções e trocar impressões. Reforce que comunicar ciência é também um ato de aprendizado coletivo — e que a divulgação do conhecimento é o que faz a ciência circular, inspirar e continuar evoluindo.
O C³ funcionou como seu artigo científico. Agora, a peça de comunicação que vocês vão criar é a divulgação científica. É contar a mesma história para mais gente, de um jeito leve, criativo e gostoso de acompanhar, sem perder o respeito às evidências.
Escolham um modal de comunicação — vídeo, cartaz/zine ou podcast — ou inventem um formato que combine com o grupo (peça artística, história em quadrinhos, o que vocês preferirem!).
Pensem em quem vai assistir ou ler, o que essa pessoa deve aprender e quanto tempo vocês têm para produzir.
Usem o C³ como roteiro: ele já dá a sequência da narrativa, das perguntas às conclusões. A partir daí, soltem a criatividade: imagens do experimento, trechos do Diário de Registro, falas marcantes, humor, trilha sonora ou ilustrações autorais... Tudo isso ajuda a aproximar quem está do outro lado do conhecimento que vocês querem compartilhar.
Mantenham a mensagem clara: mostrem exemplos reais do que observaram, expliquem como testaram, reconheçam limites e deem crédito às fontes que consultaram. E, se precisarem de um empurrão, nos botões desta página há vídeos curtinhos com dicas práticas para começar cada modal. Escolham, adaptem o conteúdo do canvas para o formato escolhido e contem essa história do jeito de vocês.